ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 16-02-2006.

 


Aos dezesseis dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Maurício Dziedricki, Neuza Canabarro e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Paulo Odone, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Projetos de Lei do Legislativo nos 002 e 025/06 (Processos nos 0025 e 0767/06, respectivamente); pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Projetos de Lei do Legislativo nos 332 e 333/05 (Processos nos 7399 e 7400/05, respectivamente); pelo Vereador Carlos Comassetto, juntamente com os Vereadores Dr. Goulart, Manuela d’Ávila e Raul Carrion, o Projeto de Resolução nº 013/06 (Processo nº 0016/06); pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos 148 e 149/06 (Processos nos 582 e 583/06, respectivamente), o Pedido de Informação nº 012/06 (Processo nº 406/06) e os Projetos de Lei do Legislativo nos 006, 007 e 008/06 (Processos nos 0078, 0079 e 0080/06, respectivamente); pelo Vereador Dr. Goulart, o Projeto de Lei do Legislativo nº 016/06 (Processo nº 0563/06); pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 013/06 (Processo nº 0486/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 109, 110, 111, 112, 113, 181, 182 e 207/06 (Processos nos 0514, 0515, 0516, 0517, 0518, 0675, 0676 e 0763/06, respectivamente); pelo Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 139, 146, 147 e 164/06 (Processos nos 0564, 0579, 0580 e 0610/06, respectivamente), o Projeto de Lei do Legislativo nº 015/06 (Processo nº 0555/06) e os Projetos de Resolução nos 006, 007, 008, 009 e 010/06 (Processos nos 0007, 0008, 0009, 0010 e 0011/06, respectivamente); pelo Vereador Luiz Braz, os Projetos de Lei do Legislativo nos 017 e 018/06 (Processos nos 0581 e 0608/06, respectivamente); pela Vereadora Manuela d’Ávila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 292/05 (Processo nº 6314/05) e o Projeto de Resolução nº 158/05 (Processo nº 7377/05); pela Vereadora Maristela Maffei, os Projetos de Resolução nos 030, 032, 033, 038 e 042/06 (Processos nos 0039, 0041, 0043, 0048 e 0091/06, respectivamente); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providência nos 002, 003, 004, 005, 028, 029, 030, 031, 052, 053, 088, 156, 157, 158, 159, 162, 163, 191, 192, 193, 194, 195, 196, 197, 198, 199 e 200/06 (Processos nos 0098, 0099, 0100, 0102, 0239, 0240, 0241, 0242, 0356, 0357, 0449, 0591, 0595, 0596, 0597, 0602, 0603, 0709, 0710, 0711, 0712, 0713, 0714, 0715, 0716, 0717 e 0718/06, respectivamente), os Pedidos de Informação nos 030 e 035/06 (Processos nos 0601 e 0721/06, respectivamente); pela Vereadora Mônica Leal, o Pedido de Providência nº 170/06 (Processo nº 0637/06), o Pedido de Informação nº 040/06 (Processo nº 0777/06) e os Projetos de Lei do Legislativo nos 011 e 019/06 (Processos nos 0384 e 0619/06, respectivamente); pelo Vereador Nereu D’Avila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 001/06 (Processo nº 0005/06) e os Projetos de Resolução nos 001, 002, 003 e 004/06 (Processos nos 0001, 0002, 0003 e 0004/06, respectivamente); pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei do Legislativo nº 331/05 (Processo nº 7351/05), o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/06 (Processo nº 0385/06) e o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 003/01 (Processo nº 0087/01). Ainda, foi apregoado o Requerimento nº 014/06 (Processo nº 0842/06 – Solicita o encaminhamento de Pedido de Informação ao Governador do Estado do Rio Grande do Sul, acerca do Programa Extensão Empresarial do Estado), de autoria do Vereador Adeli Sell. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 5074, 5083, 5097, 5147, 5180, 10012, 10301, 10380, 10432, 10983, 10000091, 10000339, 10000438, 10000691 e 10000999/06, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Carlos Todeschini saudou a realização, em Porto Alegre, no período de quatorze a vinte e três de fevereiro do corrente, da IX Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas. Ainda, avaliou propostas de participação popular, defendidas pelo Partido dos Trabalhadores quando à frente do Governo Municipal, e elogiou políticas de desenvolvimento econômico e inclusão social implementadas pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Vereador Claudio Sebenelo questionou pesquisa de opinião promovida pelo Instituto Sensus, da Confederação Nacional dos Transportes, que demonstra a preferência popular pelo nome do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como candidato às eleições presidenciais de outubro do corrente. Também, teceu críticas ao Partido dos Trabalhadores, lembrando denúncias de corrupção divulgadas pela imprensa, que envolvem o Governo Federal em casos de uso indevido de verbas públicas. A seguir, o Vereador Raul Carrion registrou ter recebido telefonema do Secretário Estadual de Ciência e Tecnologia, Senhor Kalil Sehbe, informando a dotação de verba orçamentária federal para a implantação, em Porto Alegre, do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada – CEITEC. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Professor Garcia cumprimentou o Prefeito José Fogaça por ter liberado o uso do corredor de ônibus da 3ª Perimetral para programas de lazer nos domingos e feriados, informando que arquivará o Projeto de Lei do Legislativo nº 200/02, que propõe medida similar à adotada pelo Governo Municipal. Igualmente, referiu-se à Lei Complementar nº 507/04, que dispõe sobre exigência de plebiscito para cercamento de logradouros públicos na Cidade. Após, o Vereador João Antonio Dib comunicou ter sido instalada, hoje, a Comissão Parlamentar de Inquérito constituída na Casa para apurar o alto índice de afastamento de servidores municipais por biometria, tendo sido escolhidos Sua Excelência, como Presidente, o Vereador Adeli Sell, como Vice-Presidente, e a Vereadora Neuza Canabarro, como Relatora. Em prosseguimento, foi apregoado o Ofício nº 119/06, de autoria do Senhor Eliseu Santos, Prefeito Municipal de Porto Alegre, em exercício, comunicando que se afastará do cargo de Prefeito Municipal de Porto Alegre, a partir do dia dezessete de fevereiro do corrente, para gozo de sete dias de férias. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo divulgou a 22ª Cavalgada do Mar, iniciada no dia treze de fevereiro do corrente, no Município de Palmares do Sul, salientando a importância da preservação da história e da tradição do povo gaúcho. Sobre o assunto, elogiou a equipe responsável pela organização desse evento, informando que representantes do “Guiness Book” comparecerão ao Estado para certificar essa marcha como o maior deslocamento a cavalo do mundo. O Vereador João Carlos Nedel discorreu acerca das pichações observadas em muros e monumentos da Cidade, relatando debates a respeito desse problema, efetuados pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, com a participação de órgãos públicos ligados à questão do menor, à segurança e à preservação do patrimônio histórico. Dessa forma, lembrou que a pichação é considerada crime pela legislação vigente, podendo acarretar multa e, inclusive, a prisão dos infratores. O Vereador Adeli Sell teceu críticas à gestão do Senhor José Otávio Germano à frente da Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança, questionando a forma como são coordenadas as atividades promovidas pela Brigada Militar e a Polícia Civil no Rio Grande do Sul. Nesse sentido, propugnou por ações concretas no combate ao crime organizado e ao narcotráfico, declarando que a população gaúcha tem convivido com índices cada vez maiores de criminalidade e violência. O Vereador Márcio Bins Ely divulgou a campanha de prevenção da toxoplasmose, desenvolvida pela Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul e pelo Instituto Gaúcho de Promoção Humana, com o apoio do Rotary Club Porto Alegre Norte e da empresa Guarida Imóveis. Ainda, informou que essa é uma doença que tem a cegueira como uma de suas principais conseqüências, sendo causada por um parasita transmitido principalmente pela ingestão de alimentos contaminados. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen comentou visita ao Rio Grande do Sul, a ser iniciada hoje pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e solicitou a liberação de verbas federais ao Estado, a fim de compensar isenções tributárias decorrentes da Lei Complementar nº 87/1996. Também, defendeu a criação de cooperativas habitacionais na Cidade, como instrumento de regularização fundiária e incentivo à construção de novas moradias no Município. A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Carlos Comassetto, que relatou a participação de Sua Excelência, em Representação Externa deste Legislativo, em reunião dos Coordenadores da Frente Nacional de Vereadores pela Reforma Urbana – FRENAVRU, realizada no dia onze de fevereiro do corrente, no Município do Rio de Janeiro – RJ. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Manuela d'Ávila criticou as condições atuais dos serviços de saúde pública em Porto Alegre, relatando a história da Senhora Zaida Martins, que não conseguiu marcar uma cirurgia para a irmã. Em relação ao assunto, defendeu a utilização mais efetiva dos Programas de Saúde da Família, argumentando que essa iniciativa diminui consideravelmente a demanda da população por consultas e cirurgias especializadas. O Vereador João Antonio Dib discorreu sobre as denúncias de corrupção enfrentadas pelo Partido dos Trabalhadores em dois mil e cinco, comparando esses problemas com acusações de mesma ordem da época em que o PT ocupava o Governo Municipal. Nesse sentido, desaprovou medidas tomadas por esse Partido quando no comando da Prefeitura de Porto Alegre, questionando a origem de recursos utilizados na compra de sua sede na Rua Ramiro Barcelos. O Vereador Bernardino Vendruscolo registrou a realização, no corrente ano, da 22ª Cavalgada do Mar, enaltecendo o trabalho do Senhor Vilmar Romera no comando dos cavalarianos que cruzam o Litoral Gaúcho. Além disso, contestou o pronunciamento do Vereador Carlos Todeschini, hoje, em Grande Expediente, em relação às realizações do Partido dos Trabalhadores em âmbito federal, reprovando a herança deixada por esse Partido na época em que governou o Estado e o Município. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou as presenças da Vereadora Nadine Dubal, do Partido Progressista do Município de São Borja – RS, do ex-Vereador deste Legislativo, Wilson Santos, e do Senhor João Bosco Vaz, Secretário Municipal de Esportes, Recreação e Lazer. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão mencionou a realização da IX Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas em Porto Alegre, destacando a relevância de se debater a religiosidade nos tempos atuais. Ainda, anunciou investimentos do Governo Municipal visando ao fortalecimento dos Conselhos Tutelares e informou a inauguração de mais um Telecentro na Cidade, salientando os benefícios da inclusão digital para a população de baixa renda. O Vereador Ervino Besson cumprimentou os integrantes da 22ª Cavalgada do Mar, ressaltando que esse evento é reconhecido internacionalmente e elogiando o desempenho do Senhor Vilmar Romera no comando dos cavalarianos. Também, refutou críticas à Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança, asseverando que grande parcela dos crimes cometidos no Rio Grande do Sul são praticados por pessoas em liberdade condicional ou em regime semi-aberto por ordem judicial. O Vereador Maurício Dziedricki homenageou a 22ª Cavalgada do Mar, frisando a importância deste evento para a manutenção do tradicionalismo gaúcho. Além disso, prestou esclarecimentos acerca do conceito de economia solidária e chamou a atenção para o número de jovens empregados em micro e pequenas empresas, esclarecendo que essas são duas das principais discussões na Reunião Ordinária da Confederação Nacional de Jovens Empresários, realizada no Rio de Janeiro. O Vereador Carlos Comassetto retorquiu o pronunciamento do Vereador Ervino Besson em Comunicação de Líder no dia de hoje, classificando a segurança pública do Rio Grande do Sul como “caótica”. Ainda, discutiu investimentos efetuados pelos Governos Federal, Estadual e Municipal na área da saúde pública, cobrando da Secretaria Municipal de Saúde a recuperação de Posto de Saúde no Bairro Restinga e mais empenho no Programa de Saúde da Família. O Vereador Claudio Sebenelo divergiu das críticas dos Vereadores do Partido dos Trabalhadores às condições da saúde e segurança públicas no Rio Grande do Sul, argumentando que a situação dos serviços de saúde na Cidade se deve ao desempenho do Partido dos Trabalhadores à época em que governou Porto Alegre. Também, reprovou discursos realizados com intenção eleitoral, alegando que os interesses da população devem ter um papel prioritário na política nacional. Às dezesseis horas e onze minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart e Luiz Braz e secretariados pelo Vereador Luiz Braz. Do que eu, Luiz Braz, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente e assistência da TVCâmara, neste momento estamos abrindo os debates legislativos através deste Grande Expediente, quando, na cidade de Porto Alegre, estão sendo registrados dois grandes eventos. Está acontecendo, nas dependências da PUC, o Conselho Mundial das Igrejas. Esse é um fato distintivo e singular para a nossa Cidade, porque é uma cidade que, ao longo dos últimos anos, se preparou para sediar grandes eventos. O outro fato importante é que nós estamos recebendo, na noite de hoje, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que vem ao Estado para fazer uma agenda no Interior, na cidade de Caxias do Sul, e numa outra cidade, inaugurando as obras do Programa Luz para Todos. O Presidente também estará, com a sua presença marcante, aqui no Fórum do Conselho Mundial das Igrejas.

E eu dizia que a Cidade se preparou. Ao longo dos anos da Administração Popular, com a característica de cidade democrática, de cidade inclusiva, de cidade participativa, ela desenvolveu uma inserção soberana, criou relações internacionais que permitiram a decisão, por exemplo, de esse Conselho Mundial das Igrejas ser sediado em Porto Alegre. E foram-se constituindo ao longo dos anos o Orçamento Participativo, o Congresso da Cidade, os fóruns de participação, com a visão primordial da inclusão social, da cidade acolhedora, da cidade que luta contra a discriminação e a exclusão. E foi assim que a Cidade foi se preparando para receber os grandes eventos, sendo o mais expressivo até então o Fórum Social Mundial, pelo menos por três edições ele esteve sediado aqui nesta Cidade.

O fato de o Conselho Mundial das Igrejas se reunir em Porto Alegre é uma chancela à justiça produzida por essas políticas que marcaram profundamente a cidade de Porto Alegre no cenário local e no cenário internacional de forma distintiva, como eu disse antes, soberana, democrática, participativa, inclusiva. E isso é fruto de uma grande construção feita por milhares de homens e mulheres, que elevam o conceito da cidade de Porto Alegre para um patamar de conceito democrático superior, destacado e de importância significativa.

E, ao mesmo tempo, nós temos hoje, para esse evento e para outras atividades, a vinda do nosso querido Presidente Lula, que também está preparando o Brasil dentro da mesma filosofia, dentro das mesmas condições com que Porto Alegre se preparou para ter um lugar especial e de destaque no mundo. O Brasil é um lugar neste planeta que começa a se destacar pelas conquistas, pelo desenvolvimento de políticas democráticas e pela promoção da justiça social. Há pouco mais de três anos, este País estava inviabilizado, desmoralizado, desmontado, agora ele passa a ter lugar de destaque no mundo. Passa a ser um País que anda com as próprias pernas, que tem políticas de inclusão, que realiza uma infra-estrutura capaz de proporcionar o desenvolvimento necessário e há muito tempo esperado na área da habitação, na área do saneamento, na área de estradas, na área da geração de energia, na área de produção de energias alternativas.

Na área social, o Programa Fome Zero é um programa que faz uma reparação, ele inclui as pessoas, eliminando o flagelo da fome. Vergonhosamente, nós vivemos num mundo que produz alimentos para 14 bilhões de pessoas, Ver. Comassetto, no entanto, com uma população de 6 bilhões, nós temos uma grande parte dessa população passando fome, porque os alimentos são destruídos ou transformados em ração para os animais, enquanto que as pessoas não têm com o que saciar a fome. É dentro desse contexto também que o Presidente Lula se destaca, porque ele propôs um programa que está tendo um grande sucesso, que está sendo um programa vitorioso, como é o Programa Fome Zero.

Em muitas outras áreas - na Educação, por exemplo, tema bastante debatido ontem aqui, e é bom que seja criticado, porque a crítica faz bem, Verª Neuza -, há iniciativas também revolucionárias que aumentam o grau de cultura, de desenvolvimento, de conhecimento e de preparação dessa juventude, dessa adolescência, para ingressar no mercado de trabalho, desses que vão assumir o papel de agentes dentro de um País que, com certeza, será líder dentro dos próximos anos.

Então, estamos muito orgulhosos de termos participado e criado as condições para que houvesse, sim, em Porto Alegre, esse Fórum do Conselho Mundial das Igrejas, que reúne mais de 350 igrejas de todo o mundo. Estamos muito felizes com a presença, hoje e amanhã, do Presidente Lula, que vem prestigiar esses eventos e também continuar a sua luta, a sua militância, liderando-nos rumo à construção de um Brasil que todos nós há muito tempo merecemos e que só agora começamos ver acontecendo. Isso nos orgulha, tranqüiliza-nos e nos dá autoridade para o debate.

Foi divulgada uma pesquisa nesse final de semana indicando uma provável vitória, ainda que com as impressões de momento, do atual Presidente, Lula, no caminho da reeleição. Pois bem, isso é nada mais do que os acertos, as afirmações dessa política, uma política preocupada com a soberania nacional, com a inserção soberana no cenário internacional, com o crescimento e, acima de tudo, com o desenvolvimento integral das pessoas no Brasil, prevendo desde a criação do emprego, a educação, a cultura até a elevação dos patamares tecnológicos para que possamos ter valor agregado e realizar trocas soberanas no cenário internacional. Isso nos orgulha muito, Presidente, porque Porto Alegre criou as condições para se destacar, e hoje está aí esse Fórum, que realiza esse destaque.

E o Brasil também está seguindo esse caminho, e é o que todos nós, acima de tudo brasileiros, desejamos para nós e para as nossas futuras gerações. Muito obrigado pela atenção de todos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Ver. Todeschini.

O Ver. Claudio Sebenelo, nosso querido Vereador, médico, está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu tenho a insatisfação de ter a obrigação de falar depois do brilhante Ver. Todeschini, eu gostaria de lembrar Olavo Bilac: “Ora direis ouvir pesquisas, por certo perdeste o senso”. O Vereador esquece algumas coisas muito importantes que marcaram o Governo Lula. Foram três anos e uma fantástica revelação no País de um dos maiores escândalos de todos os tempos, escândalo patrocinado pelo Partido do Vereador e, especialmente, com os números constrangedores até 2005 das questões desenvolvimentistas.

Casualmente, no ano de 2006, ano de eleição, estamos em pleno desenvolvimento, da noite para o dia... Gostaria muito que as pessoas lembrassem que, na área social, o Programa Primeiro Emprego, e o Governo investiu 750 milhões de dólares no ano de 2004, gerou “um” emprego: ele chamava-se Vilson e era garçom em Salvador na Bahia.

Nessa área social, a Saúde, a Segurança, a moradia constituem-se no calcanhar-de-aquiles deste tipo de Governo, de um Governo que eu louvo a ousadia, a coragem, louvo inclusive a extrema audácia do Ver. Todeschini ao incluir as estradas nos feitos gloriosos do Governo Lula com a Operação Tapa-Buracos. Ora, a Operação Tapa-Buracos se fez na Economia, fez-se na Saúde, fez-se na Educação, num País que lamenta profundamente o não-investimento de verbas que seriam adequadas à Saúde, que seriam adequadas à Educação, especialmente à educação da pré-escola, da educação infantil. E, ao mesmo tempo, nós abrimos mão de uma soma incomensurável do orçamento para ostensivamente, ideologicamente, ridiculamente, na história do mundo, pagarmos com antecedência o débito do Fundo Monetário Internacional como se fôssemos ricos, como se não precisássemos de investimentos, como se, numa atitude de soberania, de independência, fizéssemos as coisas exatamente como o Brasil precisa, e não como as multinacionais mandam. Continuamos obedecendo a fatores acima da Nação, acima das nações e contra os interesses do País e, então, dizemos que, no concerto internacional, o Brasil cresceu. Não é verdade. O Presidente apareceu? Apareceu, teve promoção, teve mídia, mas não teve nunca... E essa é a tragédia para nós brasileiros!

Ontem eu falava isto no meu discurso: vai ficar marcado no Governo Lula a apologia da ignorância, o despreparo. A falta de conhecimento é endeusada, porque as pessoas podem um dia até chegar a ser Presidente da República. Então, não estudemos! Ontem se pediu, inclusive, um voto de louvor ao processo cultural brasileiro, que é plenamente elogiável, mas, num País onde a cultura é negada, onde há um maior elogio à ignorância, nós nos esquecemos de colocar esse elogio entre as grandes conquistas deste Governo, que está no apagar das luzes, no seu último ano, no desespero eleitoral de ter de enfrentar uma oposição do País.

E a Nação ficou sabendo - como disse há pouco tempo num programa de rádio - quem são os Partidos, porque alguns Partidos já eram corruptos, alguns Partidos eram considerados, além de incompetentes, corruptos! Mas existia uma vestal, existia um Partido que era decente, que tinha o monopólio do saber, que tinha o monopólio da decência, e os outros todos eram corruptos. Hoje nós já vemos essa questão de uma outra forma, como viam os nossos brilhantes compositores, Cleiton e Kledir, na sua música “Maria Fumaça”: “Essa moça é virgem? Sim, mas cuidado, morou no Rio.” O Partido do PT é virgem? Porém, morou no Rio! Não é mais aquela vestal que se dizia, caiu a máscara!

E essa é uma das conquistas do Governo Lula, que, evidentemente, com a “mão na massa”, com o poder proselitista das iniciativas favoráveis a uma classe social mais baixa, busca de todas as maneiras sair desse impasse imenso de ter chegado ao poder e lá ter se instalado, e lá ter confundido o Partido dos Trabalhadores com o Governo Federal, e lá ter misturado a idéia de que o Governo é uma coisa de um Partido, e não de um País. Então, hoje, nós vemos perfeitamente a idéia patrimonialista vingar no País: eles são donos hoje dos Correios e Telégrafos, são donos dos Ministérios, são donos dos Fundos de Pensão. Este é um País completamente diferente daquele que foi descrito, daquela maravilha.

E o País, agora, peregrinando em caravana, tem um só candidato fazendo campanha política e, evidentemente, por enquanto, liderando as pesquisas. No momento em que outros candidatos forem em busca do voto e começarem a campanha eleitoral, é evidente que as coisas vão mudar e muito, até porque está sendo gasta toda a pólvora nesses primeiros momentos da corrida, em que o fôlego final é fundamental. Através de uma pesquisa eleitoral feita, constatou-se uma disparada repentina, de repente houve um crescimento, em poucos dias, fantástico, de uma pessoa, e não de um Partido, e não de um Governo - essa é a questão maior. É isto que se está perguntando agora: o que será que houve? Que mecanismo é esse que milagrosamente faz um meteoro em queda livre de repente voltar para o céu e voltar a brilhar não mais com o seu brilho próprio, mas com alguns holofotes que, aos poucos, irão se apagando?

Quero dizer que não é essa a avaliação que o Brasil faz dentro do atual Governo, não, não é essa; não é essa a avaliação de um País que precisa de uma flor tenra chamada democracia, quando se nomeia e se faz um Judiciário para si só, quando se faz um Congresso para si só, quando se faz um Governo para um Partido só. Isso tem um cheiro muito desagradável, apenas justificado pela origem stalinista e autoritária de um processo ideológico que faz com que a idéia única de um Partido único... Lembrando George Orwell, em 1984, quero dizer que talvez um dia nós cheguemos àquele ponto do programa Big Brother - ao contrário do Big Brother da TV Globo, que é de exclusão, mas o de inclusão - em que todos, 100% da Nação, vão amar o grande irmão. Aí então vamos ver a falácia, vamos ver o equívoco, vamos ver o acidente histórico brasileiro de um Governo que chegou ao poder sem a chance de nunca ter um programa, de ter uma idéia de País, de ter um projeto a longo prazo para o País, sendo apenas o Governo de um Partido, um Partido que já foi vestal, que já gozou de todas as virgindades, da hegemonia do saber e do monopólio da decência. Mas cuidado: era virgem, porém morou no Rio!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Ver. Sebenelo.

 

O SR. RAUL CARRION: Ver. Dr. Goulart, Presidente desta Casa, eu queria fazer uma comunicação bem rápida a todos os colegas. No dia de ontem, nós fizemos um abaixo-assinado, do qual todas as Lideranças participaram, e o documento foi enviado ao Presidente da República, ao Presidente da Câmara, à Bancada Federal, à Câmara, ao Senado, ao Relator, à Coordenação de Bancada do Rio Grande do Sul, ao Ministério, à Secretaria, ao Conselho do Ceitec. No final da tarde, nós recebemos um telefonema do Secretário de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Kalil Sehbe, dizendo que a nossa luta tinha sido exitosa, que os 5 milhões de reais para o Ceitec tinham sido transformados em 33 milhões, e o Ministério assumiu que, na dotação do Ministério, colocaria mais 68 milhões. Então, nós teremos para o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada 101 milhões, que certamente poderão ser suplementados, garantindo a efetividade. Ainda que a luta siga, temos de evitar que seja contingenciada. Então, gostaria de parabenizar toda a Casa e até sugerir, quem sabe, à Presidência que convidasse, um dia, o Secretário Kalil Sehbe e a Direção do Ceitec, para exporem aqui sobre a relevância do projeto, para o qual esta Casa contribuiu no sentido de que fossem obtidos os recursos necessários. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado. Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero agradecer ao Ver. Elias Vidal a cedência do seu tempo.

No dia 21 de outubro de 2002, nós ingressamos com um Projeto sobre a questão do uso, aos domingos, do corredor de ônibus da 3ª Perimetral pela população para a prática de lazer e recreação. E, no início deste ano, já havíamos nos manifestado nesta tribuna, informando que, desde o dia 15 de janeiro, o Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, juntamente com a EPTC tinham liberado, aos domingos, o trecho compreendido entre a Av. Ipiranga e a Sogipa para a prática de lazer, recreação e atividades esportivas, isso no corredor de ônibus da 3ª Perimetral. Na oportunidade, também informamos que esse Projeto, para o qual demos ingresso em outubro de 2002, a partir de hoje seria arquivado, já que a nossa intenção está sendo contemplada pela iniciativa do Executivo. Mas esperamos que, tão logo seja concluída a totalidade da 3ª Perimetral, aos domingos a totalidade da 3ª Perimetral possa ser utilizada pela população. Ou seja, são 12 quilômetros de extensão, um percurso que começa no Aeroporto Salgado Filho e termina no bairro Nonoai.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Na verdade, Ver. Professor Garcia, vamos ter alguns problemas com os cruzamentos, por exemplo, da Av. Cristóvão Colombo, da Av. Plínio Brasil Milano. Teremos problemas...

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: É, os cruzamentos, logicamente, Ver. Dib, não estão contemplados na questão da área de prática de lazer; somente, especificamente, os corredores.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero dizer que concordo com o Projeto de Vossa Excelência. Na verdade, isso é uma mudança de comportamento. Vamos mudar o comportamento da Cidade nos finais de semana, e é uma maneira de dar o espaço merecido aos ciclistas. Não vejo necessidade de os ônibus utilizarem os corredores nos feriados e domingos. Os nossos cumprimentos pelo Projeto, até porque temos um Projeto nessa linha.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Segundo dados da EPTC, 15% da frota de ônibus é utilizada aos domingos no Município de Porto Alegre.

Quero também me referir a um tema abordado ontem nesta Casa, relativo ao cercamento do Parque da Redenção. Os senhores e as senhoras sabem a posição deste Vereador, desde o primeiro mandato - e já estou no terceiro - eu sou contrário ao cercamento da Redenção.

Durante alguns anos, nós fizemos levantamento; foi feita uma consulta popular naquela região em 2003, com a participação do próprio Tribunal Regional Eleitoral, que nos cedeu a urna e acompanhou a consulta local, especificamente no Parque da Redenção, e temos notado que, realmente, ao longo desses anos, o comportamento da população tem mudado.

Em 2004, foi aprovado nesta Casa, por nossa iniciativa, um Projeto de Lei que prevê que todo e qualquer cercamento em parque público só será possível através de plebiscito. Ontem, o Ver. Nereu D’Avila solicitou o desarquivamento do seu Projeto e falou com veemência, e nós entendemos que o seu Projeto nasce morto na origem, a não ser que, através de plebiscito, a população possa, realmente, decidir pelo cercamento. E, se decidir, não existe mais a necessidade de um Projeto de Lei. Eu acho que a discussão é boa, é uma polêmica na cidade de Porto Alegre e mostra, cada vez mais, o interesse das pessoas por essas temáticas, porque os parques públicos fazem parte do nosso cotidiano e, ao mesmo tempo, nada melhor do que a própria população para decidir, na sua visão, o que é bom para ela. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma comunicação.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu quero comunicar à Casa que foi instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o alto índice de afastamento de servidores municipais por biometria. Essa solicitação tinha como primeira signatária a Verª Neuza Canabarro, e, feita a Sessão de Instalação, fomos escolhidos como Presidente; o Ver. Adeli Sell é o Vice-Presidente, e a Verª Neuza Canabarro é a Relatora dessa Comissão, que começa a trabalhar na próxima quinta-feira.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Então, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, comunica o Presidente da Comissão a nova Comissão de Inquérito instalada para apurar o número excessivo de licenças médicas no serviço público municipal, especialmente na área da Educação. E como Relatora teremos a nossa Verª Neuza Canabarro.

Gostaria de registrar o Ofício do Vice-Prefeito, Eliseu Santos, em exercício na Prefeitura. Ele comunica que se afastará pelos próximos quatro dias e convoca o Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre para assumir o cargo de Prefeito em exercício nos próximos dias. (Palmas.)

Convido meus Pares para, às 17h, fortalecerem esse Ato, principalmente o Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Prezadas Vereadoras, prezados Vereadores, prezado futuro Prefeito desta Capital, os nossos cumprimentos. Venho a esta tribuna para falar aos meus Pares da 22ª Cavalgada. Ontem à noite nós visitamos a concentração lá em Salinas, e eu gostaria de relatar alguns pontos que eu acho importantes, até porque essa prática, esse Movimento vem aumentando a cada ano. Hoje nós estamos contando com 2.800 cavalos, e aproximadamente acompanham essa marcha, queridos Vereadores, seis a oito mil pessoas. É fantástico. É uma cavalgada que inicia em Palmares e vai até Torres.

Para nós aqui do Rio Grande é um orgulho muito grande fazer o registro daqueles que cultuam a tradição do nosso povo, daqueles que mantêm a chama acesa nos nossos corações, chama de civismo, de patriotismo, que herdamos dos nossos antepassados, daqueles que marcaram as fronteiras deste Estado, deste País à pata de cavalo. Esses nossos irmãos que lá estão nessa Cavalgada, comandada pelo Vilmar Romera, merecem toda a nossa admiração, o nosso respeito, porque eles nos representam, nós gaúchos, o povo brasileiro e - por que não? - o povo aqui da América do Sul.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino Vendruscolo, eu quero também, em nome da Bancada do PDT, parabenizar V. Exª pelo seu pronunciamento. E esta saudação, Vereador, vamos estendê-la a toda essa grande equipe liderada por um extraordinário líder, que é o Vilmar Romera. E neste ano parece que três países se fizeram presentes: Paraguai, Uruguai e Argentina. Portanto, sem dúvida nenhuma, o nosso Litoral está de parabéns, porque as pessoas têm condições de prestigiar e ver a nossa tradição, a história do Rio Grande. Obrigado a Vossa Excelência.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Ver. Ervino Besson, nosso querido Vereador.

Para dar mais informações, aproximadamente dois milhões de pessoas irão assistir a essa belíssima passagem dos cavalarianos.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero parabenizar o nobre colega, principalmente pela pilcha, tão representativa das nossas tradições. Eu quero também me juntar a esta homenagem justa à Cavalgada, essa tradição do Rio Grande, e agradecer o convite - quero mandar um abraço para o Cleiton -, mas eu não pude estar presente por motivos alheios à minha vontade. Parabéns por este registro, na nossa Casa, à nossa cultura. Parabéns ao nobre Vereador!

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Ver. Ismael.

Complementando, a distância percorrida é de aproximadamente 240 quilômetros em oito dias. Para se ter uma idéia, é como se fosse uma cidade em movimento, com seis a oito mil pessoas se movimentando. A estrutura que se vê é fantástica, do bolicho, da venda de secos e molhados à veterinária, departamento médico, venda de pilcha, enfim, é uma cidade em movimento.

Segundo o comandante, Vilmar Romera, na sexta-feira estarão recebendo um representante do Guiness, livro dos recordes, que vai certificar a Cavalgada como o maior deslocamento a cavalo do mundo. Nós vamos marcar definitivamente, mais uma vez, o Rio Grande do Sul no livro dos recordes.

Ontem à noite estiveram presentes o Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Fernando Zachia; o Deputado e Secretário da Habitação, Alceu Moreira; o Deputado Ciro Simoni, do PDT; o Deputado Osmar Severo, tão querido pelo Movimento Tradicionalista, também do PDT; o Desembargador Bráulio Marques, representando o Tribunal de Justiça; o Prefeito de Osório, Romildo Bolzan Júnior; o Prefeito de Palmares do Sul, João Tadeu Vasconcellos da Silva, e o Prefeito de Imbé, Jadir Fofonka.

Sr. Presidente, era isso. Viva o Rio Grande do Sul e todos aqueles que têm no coração o sentimento patriótico e cívico que herdamos de nossos antepassados! Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Vereadoras e Vereadores, no ano passado a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, presidida pelo Ver. Claudio Sebenelo, fez uma reunião especial sobre o grave problema das pichações que há em Porto Alegre. Convidamos vários Vereadores, entidades, autoridades, debatemos o assunto e vimos, Ver. Adeli - essa também é uma preocupação sua -, o quanto é grave esse problema, muito sério.

A Verª Mônica Leal sugeriu nessa reunião que fosse criado um disque-pichação para que fossem fiscalizadas essas irregularidades, essas agressões ao patrimônio público e ao patrimônio particular. A Secretaria Municipal de Segurança e Direitos Humanos acatou essa decisão, e então estamos trabalhando para que esse disque-pichação, disque-denúncia, seja efetivamente implantado em nossa Capital.

Fizemos nesta semana uma reunião de trabalho aqui na Câmara, articulada por esta Presidência, para trabalhar em cima da solução final desse assunto, porque é um assunto extremamente complicado. Muito bem, a gente chega lá, ocorre o flagrante, e daí? O que fazemos? Se for criança, se for menor, se for adolescente, se for adulto, se for deficiente mental, para onde levamos? Qual é a punição? Tudo isso nós estamos trabalhando. Dessa reunião de trabalho, chegamos ao encaminhamento de que se faria um termo de cooperação entre Brigada Militar, Polícia Civil, Conselho Tutelar, Ministério Público, Secretaria de Segurança e Direitos Humanos, Secretaria do Meio Ambiente, Juizado da Infância e da Juventude. E, em segundo lugar, queríamos fazer uma espécie de cartilha, para que fosse distribuída a todos os envolvidos, a fim de que seja finalmente encaminhada essa solução, para que o disque-denúncia seja implantado em breve em nossa Capital.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero empenhar a minha solidariedade às ações que V. Exª está implementando na Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Concordo plenamente com esse grupo de trabalho, essa força-tarefa, essa parceria, sem ela nós não chegaremos a lugar nenhum. Eu acho que deve ser coordenada pela Prefeitura, no caso a Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana. E acho que nós temos que fazer um grande mutirão pelas madrugas, com grupos de pessoas, representantes, inclusive desta Casa, para que se possa debelar essa grave situação de detonação do patrimônio privado e do patrimônio público. Sou parceiro. Sou militante dessa causa. Obrigado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito obrigado, Ver. Adeli.

E eu queria fazer um apelo aos professores, aos diretores de colégios, aos pais, aos adolescentes no sentido de que esses jovens tenham outra atividade, que eliminem a pichação do seu hobby, ou da sua prática esportiva, porque isso não leva a nada, isso atrapalha a nossa Cidade e é um crime contra o patrimônio público. Eu gostaria de alertar os pais de que existem várias leis, uma lei federal dá ao infrator punição de prisão, prisão de seis meses a um ano. Os pichadores poderão ser presos, há uma legislação municipal que multa. Puxa vida! Será que nós não poderíamos alertar a população para esse grave problema que Porto Alegre e outras capitais têm?! Nós, como Comissão de Saúde e Meio Ambiente, queremos respeitar o meio ambiente e o patrimônio público e particular. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, cidadãs e cidadãos que nos assistem pela TVCâmara e que acompanham esta Sessão aqui do plenário. Ontem, Ver. João Dib, eu retratei a questão da Segurança Pública, ou melhor, a questão da insegurança em nossa Cidade. Alguns colegas ficaram chateados com as críticas que expus aqui. Eu fujo de bate-boca, eu não gosto de pichações, não gosto de botar carimbo em ninguém, porque isso é muito ruim e não ajuda para o debate. No entanto, nós somos obrigados a voltar ao tema da insegurança na cidade de Porto Alegre.

Na 5ª Unidade da Restinga, cidadãos trabalhadores foram arrastados para fora de suas casas pelo narcotráfico. Na Restinga, a creche da Castelo foi detonada, e nós a recuperamos pela ação da Comissão de Educação, era um bunker do narcotráfico da região. Não acontece diferente no PSF da Castelo, que sofreu 21 assaltos e hoje é um espantalho na Restinga. Foram doze mortes, os jornais anunciaram ontem, só na Restinga. A cada dois dias são três mortes por assassinato violento na cidade de Porto Alegre. Não é diferente do Interior do Estado. Hoje os jornais estamparam o enterro de um surfista em Cidreira. Os jornais dizem, hoje também, do assalto ao Banrisul, na Rua Botafogo, no bairro Praia de Belas. Hoje os jornais estão dizendo da morte de uma pessoa com sofrimento psíquico, morto pela Brigada Militar em São Luís Gonzaga. É culpa do brigadiano? E outra: é culpa do brigadiano Iuri nós termos aprovado uma Moção de Solidariedade ontem pela sua morte? Não. O problema é que a nossa corporação da Brigada Militar e a Polícia Civil estão sem o timoneiro, que é o seu Secretário, que deveria estar na linha de frente. Ele deveria estar no comando dessa nau nesse mar revolto de insegurança. E nós sabemos que, pela tradição náutica, o capitão não abandona o seu navio.

Mas a Segurança Pública no Estado do Rio Grande do Sul, a Secretaria que está ali na Rede Ferroviária Federal, é uma nau sem comando, sem capitão; ela está singrando em águas revoltas do crime organizado, da violência desenfreada, do narcotráfico, do banditismo, do desmanche de carros, do roubo de carros de pessoas que não reagem e são mortas nas esquinas da cidade de Porto Alegre. Isso se vê nas praças da Cidade, vê-se aqui ao lado, com as crianças cheiradas de loló. Onde está a ação do Poder Público em relação a essas graves questões? Ou na Praça Daltro Filho, e eu denunciei várias vezes onde estava o famoso ladrão da Cidade Baixa que matou um brigadiano na Av. Borges de Medeiros.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, eu quero concordar com V. Exª quando diz que o crime organizado e o narcotráfico têm de ser combatidos, porque são a raiz de todos os outros crimes. E o nosso Presidente da República retira verbas da Segurança nacional para deixar Estados e Municípios em péssimas condições.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. João Antonio Dib, com todo o respeito aos seus longos anos nesta Casa, nunca o Rio Grande do Sul recebeu tantas verbas, tantos automóveis, tanta ajuda do Governo Federal. E eu não sou daqueles que vêm aqui “babar”, como alguns fazem quando querem defender o seu Governo, inclusive em relação a coisas indefensáveis. Esta é a realidade, esta é a verdade dos fatos: o Rio Grande do Sul está sem Segurança Pública! Nós clamamos pela vida dos porto-alegrenses! Nós clamamos pela vida dos gaúchos! Chega de carro roubado! Chega de desmanche de carro! Chega de narcotráfico! Chega de morte de policiais civis e militares! Imediatamente, coloque um capitão nessa nau sem rumo. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O nosso jovem Líder, Ver. Márcio Bins Ely, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Dr. Goulart, Presidente; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, o público que nos assiste pela TVCâmara e nas galerias, as senhoras e os senhores.

Venho hoje a esta tribuna, no período de Comunicações, para fazer menção a uma campanha que se originou, fundamentalmente, do trabalho que desenvolvo e desenvolvi junto à Associação de Cegos do Rio Grande do Sul, em contatos com o Sr. Adão Zanandrea e a Srª Simone Messias, que fazem parte do Instituto Gaúcho de Promoção Humana, um trabalho conjunto com o Rotary Club Porto Alegre/Norte e com o apoio da Guarida Imóveis.

Esse trabalho acabou resultando numa campanha de conscientização sobre a prevenção da toxoplasmose, principalmente porque essa doença tem como um dos seus principais resultados a cegueira, muitas vezes a cegueira de crianças, de adolescentes; é uma doença que, com divulgação, pode ser prevenida. A toxoplasmose é infecciosa, ela é causada por um parasita e transmitida aos seres humanos através da ingestão de carnes malcozidas, de verduras mal lavadas, de embutidos contaminados e pelo contato direto com as fezes contaminadas do gato.

Então, neste informativo, Vereadores (Mostra o documento.), nós trazemos algumas informações sobre ações do cotidiano, como a simplicidade do lavar as mãos e de bem lavar os alimentos, com o que se pode estar prevenindo uma doença grave que tem, como disse anteriormente, Dr. Goulart, como uma das suas principais conseqüências a cegueira.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Queria cumprimentar o Ver. Márcio Bins Ely, não só pela beleza do documento, como também pela sua participação na conscientização da prevenção. Em relação à toxoplasmose, já há um exame clássico no pré-natal. Cada vez que uma mulher engravida, ela faz o exame de sífilis, de Aids, a tipagem de sangue, a glicose, o exame comum de urina e o exame de toxoplasmose. Uma vez descoberta a mãe portadora de toxoplasmose ativa, há a possibilidade de estar-se prevenindo a cegueira - uma das principais causas da cegueira é a toxoplasmose -, a deficiência mental e determinadas doenças de morte dentro do ventre. Então, V. Exª pegou bem o foco da prevenção e faz um documento para distribuir à população, falando sobre a toxoplasmose, um mal que não se conhece direito dentro da sociedade, mas que os médicos estão acostumados a prevenir e a tratar. Parabéns a Vossa Excelência.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado, Dr. Goulart, que, além de Presidente da Casa, também é um médico, é da Bancada do PDT e traz à luz mais informações a respeito dessa doença grave. São informações que nós estamos querendo que, de uma maneira ilustrativa, simples, inclusive através de alguns desenhos, de algumas ilustrações, circulem nas mãos dos porto-alegrenses.

Quero mais uma vez registrar aqui a iniciativa do Instituto Gaúcho de Promoção Humana, o apoio do Rotary Club Porto Alegre/Norte e da Guarida Imóveis. E acho importante que nós também estejamos fazendo, na área da prevenção, algumas movimentações e algumas mobilizações, resultando neste panfleto, que, com muita alegria, trago a esta tribuna e ao conhecimento dos nobres Pares e da sociedade porto-alegrense. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo PFL.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; nobres colegas Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, em especial saúdo a presença do nosso Secretário da Fazenda, Sr. Tatsch, e do Adjunto da Procuradoria-Geral do Município, Dr. João Batista. Muito nos honra a presença dos senhores.

Hoje é um dia em que a hospitalidade gaúcha com certeza far-se-á presente, Sr. Presidente, com a chegada do DD. Presidente da República às terras do nosso Rio Grande. Abro os braços e cumprimento o nosso Presidente. Aproveitando a hospitalidade gaúcha nesse interregno que passará aqui - horas ou talvez um ou dois dias, compartilhando do calor humano do gaúcho, da hospitalidade gaúcha -, eu tenho certeza de que ele haverá de trazer ao Rio Grande aquilo que deve a este povo, aquilo deve a esta Federação, qual seja a desoneração das nossas exportações, da Lei Kandir, que está no esquecimento de S. Exª e fazendo muita falta para o nosso Estado do Rio Grande do Sul. No Orçamento para o ano de 2006 está prevista uma redução de 265 milhões de reais para o nosso Estado, comparado com o Orçamento do ano passado. Tenho certeza de que o Presidente, na distribuição das suas benesses neste ano eleitoral, haverá de fazer justiça e deixar aqui para nós a rubrica dessa pendência, dessa dívida a que o povo gaúcho tem direito, para podermos dar mais segurança, mais saúde e, principalmente, mais educação ao povo do nosso Estado.

Sr. Presidente, vi os noticiários hoje pela manhã sobre o que aconteceu ontem na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, ouvi as declarações do Chefe das Relações Públicas da Brigada do Rio de Janeiro, que falou que, quanto ao problema de Segurança da Rocinha do Rio de Janeiro, só quem não conhece o que é a Rocinha poderá cobrar alguma coisa da Brigada. Quer dizer, é insustentável. Diz que a Rocinha se expande dia após dia mata adentro, dilapidando o Poder Público e criando lá um país independente do nosso Brasil.

Com isso eu quero trazer um alerta para a nossa Cidade: urge que nós nos voltemos para os nossos problemas fundiários; urge que Porto Alegre caminhe rapidamente na elaboração de uma política habitacional, de uma política de infra-estrutura, para que não tenhamos no Estado do Rio Grande as condições perniciosas que temos nas metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro. Felizmente, para isso temos a nos ajudar, Presidente Dr. Goulart, uma lei possibilitando que, daqui para frente, em vez do incentivo a invasões de áreas verdes de Porto Alegre, em vez do incentivo a invasões de propriedades, se fundem cooperativas. Pessoas sem teto, sem casa, poderão se reunir em grupos de 20 pessoas, constituir cooperativas, registrar-se no DEMHAB e, junto com o DEMHAB, com certeza, terão uma parceria para a aquisição e a construção da casa dos seus sonhos.

Eu vejo esse problema de Porto Alegre como um problema urgente, e é necessário unirmos todas as forças do Município, as forças da Câmara Municipal, das Comissões, das forças públicas estaduais também. Penso inclusive numa Comissão no sentido de estudarmos o assunto e unirmos as forças vivas interessadas no combate ao déficit habitacional da nossa Cidade e também na regularização fundiária em Porto Alegre. Eu calculo que em torno de 40% das moradias de Porto Alegre não estão regularizadas, e todos os dias nós somos abordados por presidentes de associações, por moradores de vilas, por invasores de áreas verdes. Durante muitos anos foram permitidas as invasões, e os invasores estão lá até hoje, já com seus casebres construídos. Sabem como eles fazem os projetos? Eles mesmos vão desenhando a sua casinha e vão construindo.

Hoje, graças a Deus, há uma lei em Porto Alegre instituindo a gratuidade da planta básica; a Prefeitura, através de cooperativa, dá a infra-estrutura; e a Caixa Econômica Federal, se for cumprido o que está escrito, o que está sendo ventilado, dará o mínimo necessário para que esses cidadãos possam morar dignamente e, com auto-estima, com idealismo, chegar um dia à casa dos seus sonhos. Eu peço aos nobres Vereadores - e haverei de encaminhar um pedido - que formemos essa Comissão, para estudarmos conjuntamente as saídas necessárias. Enfim, é uma guerra que haverá de ser vencida pelo bom senso, uma guerra contra a burocratização, uma guerra contra a falta de habitação e infra-estrutura na nossa Cidade. Obrigado, Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Ver. Ismael.

Comunico ao Plenário que estou passando, neste momento, a presidência dos trabalhos ao Vice-Presidente, Ver. Luiz Braz, que exercerá a presidência desta Casa enquanto eu estiver a serviço da Prefeitura. (Palmas.)

 

(O Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Assumo a presidência dos trabalhos e, quando o Ver. Dr. Goulart assumir a Prefeitura, estarei assumindo a presidência da Casa. Eu tenho certeza absoluta de que o Ver. Dr. Goulart vai realmente fazer um bom trabalho na substituição do nosso Prefeito, Sr. José Fogaça.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Tempo Especial para fazer o relato da representação que fez junto à Frente Nacional de Vereadores pela Reforma Urbana.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, venho aqui fazer um relato da minha participação no último final de semana, na qualidade de Vereador desta Capital e de coordenador para o Estado do Rio Grande do Sul, na Frente Nacional dos Vereadores pela Reforma Urbana. Estivemos em representação na cidade do Rio de Janeiro construindo a intervenção nacional que os Vereadores terão de ter neste ano com relação ao tema da Reforma Urbana.

Com a elaboração do Estatuto das Cidades, ficou definido que todos os Municípios brasileiros terão de ter, até outubro, os seus Planos Diretores elaborados, e aqueles que já o tem devem fazer a revisão dos seus Planos Diretores. A Frente Nacional de Vereadores pela Reforma Urbana tem pautado esse tema para construir e constituir, não só nas capitais brasileiras, mas nas diversas cidades do Brasil, para que essa política de reestruturação urbana se efetive como um programa nacional.

Aí, caros colegas Vereadores e Vereadoras, nós temos o papel fundamental de fazer com que as cidades brasileiras avancem em políticas urbanas que contemplem as Reformas Urbanas. Agora há toda uma política do setor habitacional e do setor de saneamento urbano elaborada pelo Ministério das Cidades, por programa do Governo Federal, o qual, somente este ano, estará destinando 18,7 bilhões de reais para a estruturação urbana e para os setores habitacionais. Nós, Vereadores, temos uma responsabilidade muito grande, porque cada Município tem um conjunto de questões locais que impedem a aplicação desses recursos, seja por falta de legislações adequadas, por falta de critérios técnicos nos Municípios, seja por falta de uma elaboração de política municipal. Esses pontos estão em pauta, e esses pontos nós estamos discutindo na Frente Nacional de Vereadores pela Reforma Urbana.

Aqui quero fazer uma referência. Essa Frente Nacional dos Vereadores pela Reforma Urbana é uma frente plural coordenada por todos os Partidos que compõem o Congresso Nacional. Na sua coordenação estão: PT, PMDB, PDT, PTB; enfim, os Partidos que atuam e congregam a República brasileira. Portanto faço aqui este relato. Estou entregando à Presidência da Casa um material que contém todas as atividades que desenvolvemos.

É bom ressaltar, Ver. Luiz Braz, num momento em que é muito dito pela imprensa que os Vereadores que saem da sua Cidade muitas vezes saem não para cumprir papéis que as Câmaras merecem e que todos nós somos responsáveis por executar, que, na nossa Câmara de Vereadores, temos vindo à tribuna prestar contas das atividades que desenvolvemos fora da nossa Capital, representando não um Partido, mas um segmento do Legislativo, representando a construção de uma política que diz respeito à Cidade, ao Estado e à União.

Para concluir, foram distribuídos aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras dois documentos: um convidando para ingressarem na Frente de Vereadores pela Reforma Urbana, aqui do Rio Grande do Sul e também na Frente Nacional; o segundo é um convite para participarem de um seminário que estará sendo elaborado aqui nesta Casa. Nós estaremos elaborando o I Seminário do Rio Grande do Sul da Frente Nacional dos Vereadores pela Reforma Urbana, que irá acontecer no dia 18 de março, para construirmos a nossa política local, no Rio Grande do Sul, e canalizarmos o desdobramento da política nacional.

Encerrando a nossa intervenção, este é o nosso relato da representação que fizemos no último final de semana junto à Frente Nacional dos Vereadores na cidade do Rio de Janeiro. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Ver. Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Ver. Luiz Braz, presidindo os trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, estive, hoje pela manhã, bastante cedo, no Posto de Saúde da Vila Cruzeiro, aquele distrital que atende a Vila Cruzeiro, o bairro Glória e o bairro Cristal. Fui averiguar de perto a situação da Saúde do nosso Município, uma vez que nós temos visto muitas vezes os anúncios publicitários mostrando as melhorias que vêm sendo feitas na Saúde do nosso Município.

Lá na fila para marcar as consultas do Posto Cruzeiro, encontrei a Dona Zaida Martins, 58 anos, que estava buscando uma consulta para sua irmã, que deveria ser operada imediatamente por um problema na vesícula. A orientação que a recepcionista, a pessoa que marca as consultas, Ver. Todeschini, estava dando era a seguinte: “Se é emergência, não adianta nem marcar, porque há fila para daqui a três anos.” Falou inclusive simbolizando: “Há uma pilha de papel desse tamanho, não adianta nem tentar marcar consulta especializada, não adianta nem tentar marcar cirurgia, porque não vai conseguir realizar, não vai conseguir atender a demanda da sua irmã.” Como é óbvio, a senhora ficou - qualquer um de nós ficaria - absolutamente desestruturada, tentando buscar alguma outra alternativa.

Não tenho tratado desse tema Saúde de maneira permanente, Ver. Paulo Odone, mas, ao despertar para ele, causou-me estranheza, acompanhando de perto o processo de tentativa de contratação dos profissionais formados em Cuba para o Programa Saúde da Família... Nós sabemos que o Programa Saúde da Família é o método mais eficiente, mais eficaz para evitar que essas demandas cheguem a esse nível, para evitar que as pessoas tenham que se submeter a processos cirúrgicos, porque a maior dessas enfermidades pode ser curada ainda na raiz, apenas com o acompanhamento, Ver. João Antonio Dib. Nós sabemos que o Setor de Ortopedia, onde mais faltam médicos especializados na nossa Cidade, no sistema público, é o setor onde ocorre a maior parte dos procedimentos cirúrgicos, que poderiam ser evitados apenas com o acompanhamento de um profissional do PSF nas casas da Dona Zaida, da Dona Maria, da Dona Joana, orientando-as a caminhar vinte minutos por dia nas ruas do seu bairro. Aliás, na maior parte desses casos, a pessoa espera três, quatro, cinco anos na fila dos procedimentos cirúrgicos, bem como para outros atendimentos clínicos especializados.

E estou falando, Verª Mônica, da Saúde hoje, dia 16 de fevereiro de 2006. Eu não estou falando do ano passado, nem de 16, de 15, de 14 anos atrás, como gostam de falar. Estou falando do dia de hoje, da vida de hoje, das pessoas de hoje que são ou não curadas. Há falta real de médicos, falta que pude comprovar, hoje, em apenas uma hora e meia em visita a um Posto de Saúde na Vila Cruzeiro. Nós sabemos que muitos profissionais da área médica não têm sequer disposição para trabalhar no Programa Saúde da Família, porque é um trabalho absolutamente diferenciado, mas nós queremos uma solução.

Nós oferecemos solidariamente à Prefeitura uma alternativa, não a única, não a absoluta, mas uma pequena alternativa, uma demonstração de que estamos tentando ajudar a resolver o problema, trazendo profissionais diplomados na Escola Latino-Americana de Medicina, porque esses profissionais querem, não que necessitem desse trabalho, porque tiveram propostas de emprego em diversas outras Cidades do nosso Estado. E nós oferecemos esses profissionais, levando-os à Prefeitura, que, pelo visto, mesmo com a disposição do Secretário Cézar Busatto, que inclusive anunciou a contratação de 128 médicos para os postos de saúde, ainda continua com problemas na área de Saúde. Mesmo com o mutirão, mesmo com todo o investimento do Governo Federal, sabemos que o impacto é muito pequeno perto das necessidades reais da população de Porto Alegre.

Nós queremos ver essa solução para já, não nos adianta mais ouvir falar da herança de 16 anos; este Governo já tem uma herança, já está há um ano e de dois meses na Administração. Nós queremos respostas e soluções para a população da nossa Cidade, porque é a população que sofre com essas necessidades, é a população que se refletiu, hoje pela manhã, na expressão da Dona Zaida Martins, quando recebeu orientação do profissional de que sequer deveria tentar marcar cirurgia, porque não a conseguiria em menos de três anos. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu geralmente falo só da nossa amada Porto Alegre, mas hoje quero me referir ao Sr. Presidente da República, que disse, na festa realizada no início desta semana, no jantar que pagaram de 200 até 5 mil reais, que errar é humano. É possível que errar seja humano, é verdade, mas a seqüência de erros não é humana, não é nada humana.

No dia 13 de fevereiro de 2004, o Brasil ficava mais ou menos estarrecido porque conheceu Waldomiro Diniz, ligou com o José Dirceu, aí Genoíno, aí Delúbio, e aí foram aparecendo as coisas. E o Brasil disse: “Mas esse Partido não fazia essas coisas, esse Partido era diferente, esse Partido era de atitudes vestais, esse Partido não errava, acusava todo o mundo”. Mas este Vereador não ficou surpreso.

No primeiro mandato da Administração Popular aqui, chamada Administração Popular, autodenominada, nós tivemos aquele contrato famoso da Fundatec, não foi o Prefeito que assinou, e não foi o Procurador-Geral do Município, e nunca explicaram direito. Nós tivemos o motor de explosão que o Departamento de Limpeza Urbana mandou fazer três dias antes de o Prefeito deixar a Prefeitura, antes de o Diretor Campani deixar o Departamento de Limpeza Urbana - o Departamento de Limpeza Urbana não tem pernas para andar sozinho e não pode mandar estudar motor de explosão. Explodiu o motor. Eles pagaram com antecipação e tinham que pagar um terço e, em vez de pagarem para a Fundatec, pagaram para a Cietec, que, claro, devolveu o dinheiro. O incinerador de lixo, que foi comprado com o dinheiro do povo, agora provavelmente o Dr. Fogaça tenha de pagar novamente, porque nunca foi instalado.

Na Administração seguinte foi comprado o Jardim Leopoldina pelo dobro do preço e sem autorização do Conselho Deliberativo do DEMHAB. Mandei perguntar, agora, quanto custou. Da assinatura do contrato até agora, a autarquia pagou 29 milhões de reais e recebeu dos mutuários 7 milhões e 250 mil. Foi comprado pelo dobro do preço! Alguém na Prefeitura se beneficiou.

É claro que nós tivemos aquela desastrosa intervenção no transporte coletivo urbano, e um dos Secretários terminou, depois da intervenção, participando de uma empresa que construía ônibus; depois ele fez o Clube da Cidadania, no qual o PT se instalou. Depois de toda a encrenca que deu por causa do Clube da Cidadania, o PT comprou uma belíssima sede na Rua Ramiro Barcellos. Curiosamente tinha o dinheiro para comprar a sede, eu não sei se o “valerioduto” funcionou ali, ou se foi outra coisa, foram buscar dinheiro em Minas Gerais.

Então, não me surpreende em nada tudo aquilo, e o Brasil ficou assombrado com Delúbios, com Genuínos, com o irmão do Genuíno e as suas cuecas cheias de dólares; eu não me impressionei, porque conhecia, era aqui que eles faziam, aqui que eles começaram a ter força, é aqui que eles iniciaram a propaganda para todo o Brasil, para todo o mundo, para dizer que eram os melhores, que eram os bons e que Porto Alegre havia começado quando eles chegaram. Diziam que antes disso não havia Porto Alegre, que, antes do PT, não havia nada.

Por isso eu falo dos problemas de Porto Alegre, gosto de Porto Alegre, procuro soluções e não tenho por que, de repente, dizer para o Sr. Presidente da República que errar é humano. Sim, mas conhecendo o erro, repetindo o erro, isso tem outro nome. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, venho a esta tribuna, novamente, para registrar a 22ª Cavalgada do Mar - Ver. Elói Guimarães, da qual V. Exª também participa.

Ontem estivemos em Salinas visitando a concentração, e, como já falei antes, que belo registro devemos fazer desta tribuna! São mais de três mil cavalos, aproximadamente oito mil pessoas em movimento. É a verdadeira demonstração de civismo, de patriotismo que herdamos dos nossos antepassados e, graças a esses cavalarianos, comandados pelo Vilmar Romera e tantos outros, estamos mantendo vivas, no coração dos gaúchos, dos brasileiros e do povo da América do Sul, as nossas tradições.

No início dos trabalhos, lembro que o Ver. Todeschini fez um pronunciamento sobre o Governo Federal, depois houve um contraponto do Ver. Sebenelo, criticando-o, e eu não tenho muito a dizer, porque tenho me preocupado mais com esta Cidade, acho que devemos centrar mais o nosso trabalho na cidade de Porto Alegre. Mas não podemos deixar passar tudo e não contestar, até porque as coisas são ditas e acabam virando verdade para aqueles que desconhecem alguns dados.

De qualquer sorte, gostaria de dizer: que bom que o Governo Federal, que o Lula, o Presidente da República, entregue este País do jeito como foi dito aqui hoje! Enfim, com todos os projetos que o PT pretendia implementar e da forma que eles estão afirmando que está. Somente assim, Ver. Comassetto, nós não vamos judiar tanto o sucessor do PT, como os senhores estão judiando do Governador Germano Rigotto, por terem deixado o Estado sucateado e falido. Eu sou um daqueles que torcem para o Governo do Lula, Governo do PT, porque somente assim nós vamos sofrer menos na sucessão. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo.

Registramos a presença da Verª Nadine Dubal, do PP, de São Borja. Seja muito bem-vinda a esta Casa. O Ver. Ibsen está ciceroneando a Vereadora, que pode adentrar ao nosso plenário e utilizar uma das poltronas. Também registramos a presença do Ver. Wilson Santos e do Secretário João Bosco Vaz.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queríamos, rapidamente, repercutir aqui da tribuna uma série de questões, de iniciativas que estão ocorrendo em nossa Cidade. Eu não poderia iniciar, portanto, esta intervenção falando dos eventos em curso em Porto Alegre sem nos referirmos à Assembléia Mundial das Igrejas, que acontece em Porto Alegre com a presença de mais de 110 países, os quais têm proporcionado um debate extremamente rico sobre a questão da religiosidade, a questão da paz, a questão da tolerância, a questão do respeito às diferenças e do papel das Igrejas na construção de um processo de paz.

Eu acho muito importante a nossa Cidade sediar esse evento em um momento em que as contradições entre as etnias, entre os países, entre o Oriente e o Ocidente se configuram de uma forma extremamente forte, como em poucos momentos da história. Portanto, Porto Alegre sediar uma reflexão sobre a tolerância, sobre a construção da paz baseada na justiça é realmente uma oportunidade que enriquece a nossa Cidade.

Eu quero ainda me referir a algumas iniciativas tomadas pela Prefeitura, que tem resolvido alguns graves, antigos e já debatidos problemas do nosso Município. Primeiro, quero me referir aos investimentos que estão sendo feitos para o fortalecimento das estruturas dos Conselhos Tutelares. Evidentemente, a atuação do Conselho Tutelar depende da rede de atendimento existente, das condições de infra-estrutura existentes nas unidades que dão suporte ao trabalho dos Conselhos. Isso é extremamente importante, porque os Conselhos Tutelares são voltados ao atendimento de uma faixa etária em que o ser humano é extremamente vulnerável nas situações de exclusão e abandono. Muitas vezes já denunciamos aqui essa falta de estrutura, e as iniciativas tomadas para a melhoria das condições de atendimento nos Conselhos Tutelares são atividades de muita repercussão. Esperamos, cada vez mais, melhorar o atendimento das crianças em situação de rua, em condições de vulnerabilidade.

Também queria compartilhar a alegria de termos instalado em nossa Cidade mais um telecentro. Porto Alegre, assim como os demais Municípios brasileiros, tem uma política que, através da inclusão digital, vai acarretar um processo de inclusão dos setores mais excluídos da nossa sociedade, permitindo-lhes acesso às políticas públicas, acesso às informações e aos serviços prestados pelos Poderes Públicos à população. Para concluir, Sr. Presidente, quero dizer que a ampliação dos telecentros é uma política fundamental para a juventude, fundamentalmente para a juventude de baixa-renda, que não tem acesso à tecnologia da informação, mecanismos fundamentais para o desenvolvimento e inclusão social de todas as pessoas.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16, quero saudar a todos e, em nome da Bancada do PDT, saudar também a presença do nosso Secretário João Bosco Vaz.

Ver. Bernardino Vendruscolo, V. Exª já se pronunciou aqui a respeito, e aproveito para destacar mais uma vez a 22ª Cavalgada do Mar, extraordinário evento para a nossa Cidade, para o nosso Rio Grande. A Cavalgada está sendo reconhecida internacionalmente, pois outros países estão participando com aproximadamente três mil cavaleiros. Parabéns, temos que reconhecer isso e parabenizar essa grande equipe em nome deste grande líder, Vilmar Romera; sem dúvida nenhuma, um homem que presta um relevante trabalho, um homem que, na história do nosso querido Banrisul, na sua passagem, sem dúvida nenhuma, levou o nome do Banco do nosso Estado à situação invejável em que se encontra hoje, com a credibilidade junto ao povo. E Vilmar Romera está aí liderando, administrando a 22ª Cavalgada do Mar, o que não é fácil, pois são milhares de pessoas. E ele consegue administrar de forma que tudo acontece na maior transparência, sem nada de mais grave. Portanto, fica aqui o reconhecimento a esse grande líder, Vilmar Romera.

Meu caro Ver. Elói Guimarães, que também faz parte da Cavalgada, nosso ex-Presidente desta Casa, gaúcho Elói! Também quero dizer do nosso reconhecimento pelo seu trabalho. Que Deus ilumine esse grande evento! Vossa Excelência também é um líder, faz parte da Cavalgada e, além disso, ajuda na organização. Parabéns, Ver. Elói Guimarães!

O Ver. Adeli Sell, quando usa esta tribuna, critica tanto o nosso Secretário de Segurança José Otávio Germano, que parece que tudo o que acontece hoje é culpa do Secretário! Não é bem assim, ele é um homem íntegro que presta um relevante trabalho na área de Segurança. Só que o Ver. Adeli Sell esquece que os crimes mais bárbaros que estão acontecendo aqui nesta Cidade, no nosso Rio Grande...

 

(Manifestação anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. ERVINO BESSON: A culpa é do Secretário, Verª Sofia Cavedon? Não concordo com V. Exª, Verª Sofia, com todo o respeito.

Aqui está mais um crime bárbaro que aconteceu em Cidreira, cometido por pessoas que deveriam estar no presídio, pessoas em liberdade condicional ou regime semi-aberto. O Secretário é culpado disso? O Secretário leva a culpa de tudo isso que está acontecendo! É ele que libera as pessoas que deveriam estar no presídio ou é a nossa Justiça? Ora, senhoras e senhores!

Portanto, mais uma vez, meus caros Vereadores, pessoas que nos assistem pelo Canal 16 da TVCâmara, fica aqui o nosso alerta ao nosso Poder Judiciário sobre a insegurança que vivemos hoje: essas pessoas não têm a mínima condição de estar na rua! Como já disse, os crimes mais bárbaros que estão acontecendo na nossa Cidade são cometidos por pessoas que estão em liberdade condicional ou em regime semi-aberto! Quem é o culpado disso? Quem é o culpado da situação toda que nós vivemos hoje? Será que é o Estado? Porque o Estado tem a responsabilidade de nos dar segurança, e nós também temos a nossa parcela de responsabilidade. Agora, a liberdade dessas pessoas... Há pessoas que têm a responsabilidade de avaliar esses criminosos, de ver se eles têm condições de andar na rua... Está faltando algo nisso aí...! Está faltando uma maior profundidade em verificar se essas pessoas têm condições de ser colocadas em liberdade condicional ou em regime semi-aberto.

Está aí uma família - mais uma! - de Cidreira que perdeu um cidadão respeitado, um comerciante que liderava aquela área de surfistas, dos nossos jovens; essa família se enlutou. Diz aqui no jornal (Lê.): “... presos em liberdade condicional ...”. Isso poderá acontecer com um de nós, não estamos livres disso! São pessoas que são mal-avaliadas no momento de serem colocadas em liberdade condicional ou em regime semi-aberto. Está aí! Cada crime bárbaro que acontece durante o dia é cometido por esse tipo de gente - que está em liberdade! E a nossa Justiça? Quem tem de responder isso para a nossa sociedade é a nossa Justiça.

É por causa disso que eu lutei tanto, e há na Câmara um Projeto deste Vereador. Nos fóruns, nos conselhos, é o momento de a comunidade cobrar do nosso Poder Judiciário, olho no olho, peito a peito. Ali é o momento em que a comunidade tem que cobrar: quem libera essas pessoas? Como são avaliadas? Elas têm condições de ser colocadas em liberdade condicional ou no regime semi-aberto? Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Exmo Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha aqui na Casa e aqueles que nos assistem pela TVCâmara, quero referendar aqui as diversas manifestações já feitas à 22ª Cavalgada do Mar, saudando e desejando êxito, que terminem com sucesso essa grande Cavalgada! Sucesso ao seu comandante, Vilmar Romera, e também, Ver. Luiz Braz, ao nosso subcomandante, que se faz presente aqui dividindo bancada, Ver. Elói Guimarães, nessa grande Cavalgada que honra as tradições gaúchas.

Mas o tema que me traz aqui e faz com que eu tenha uma preocupação ainda maior é com relação à economia solidária, uma economia voltada não ao produto, ao valor do capital, do dinheiro, da permanência dos valores aquisitivos que hoje são imperativos, mas, sim, à valorização do ser humano. Economia que se faz com ações afirmativas - já da teoria de John Rawls -, que, acima de tudo, são traduzidas valorizando o critério da participação, através de cotas, de responsabilidade social, de significados muito próximos aos do associativismo, do cooperativismo, do terceiro setor. A grande diferença é que essa economia solidária se traduz fazendo parte, e não ocupando os espaços deixados pelo Poder Público; traduz-se fazendo parte, lado a lado, com as iniciativas de construção de políticas afirmativas de inclusão social, principalmente através de renda, ocupação e trabalho, que trazem dignidade àqueles que mais precisam de oportunidade.

Essa é uma preocupação recorrente, e estará sendo tratada, no Rio de Janeiro, do dia 16 ao dia 19, na 34ª Reunião Ordinária do Conaje - Confederação Nacional dos Jovens Empresários -, essa temática, que será revertida aqui, Ver. Braz, em ações junto com a nossa SMIC, através da AJE/Porto Alegre. A AJE, para os Vereadores que não conhecem, é a Associação de Jovens Empresários. Uma das temáticas que faço questão que seja tratada aqui é que 56% das micro e pequenas empresas revertem suas produções ocupando 50% dos jovens, hoje, de idade entre 16 e 24 anos. É uma participação estrondosa, fazendo com que o jovem tenha reconhecimento.

A economia solidária privilegia aqueles que mais precisam de oportunidades, que vivem hoje à margem do processo social, trazendo benefícios para a juventude, para aqueles que tem mais de 45 anos e não conseguem colocação no mercado de trabalho. Existe uma complexidade dessa relação, através do conceito multidimensional, percorrendo as ações sociais, políticas, econômicas, mas, principalmente, priorizando a valorização da dignidade do ser humano. Isso traz incrementos para a relação dos Direitos Humanos? Sim. Traz relação imediata com os direitos do consumidor? Também, mas principalmente traz avanços para a nossa sociedade, avanços para Porto Alegre.

Eu tenho certeza de que o Secretário Idenir Cecchin, que nos receberá na semana que vem, atenderá de bom grado em relação a um dos Projetos que já existem em Curitiba e em São Paulo: empresas públicas geridas pelas Prefeituras Municipais fazendo com que o critério da economia solidária seja premente na associação com as universidades, fazendo com que os jovens não busquem apenas os seus estágios através dessas coordenações, desses RHs, mas que tenham incentivos para que sejam empreendedores, que trabalhem, que invistam.

Esperamos que nessa 34ª reunião da Conaje tenhamos bons frutos, e temos uma célula viva no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre: a Associação de Jovens Empresários. Esperamos, com essa parceria do empreendedorismo, por intermédio da Associação com as universidades, com a Associação de Jovens Empresários e com a Prefeitura Municipal, resolver alguns dos maiores problemas ligados imediatamente à população juvenil: o desemprego, a falta de oportunidade e a falta de reconhecimento.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente em exercício, Ver. Luiz Braz; prezados colegas Vereadoras e Vereadores, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores e da nossa Líder, Verª Sofia Cavedon, venho aqui dizer que as intervenções dos Vereadores da base do Governo... O Ver. Ervino Besson vem à tribuna defender a Segurança Pública e dizer que está tudo uma beleza. Desculpe-me, meu nobre Vereador, defender o indefensável é algo impossível. A Segurança Pública neste Estado está um caos, e, por muito menos, o Secretário José Bisol foi crucificado no Estado do Rio Grande do Sul numa disputa política! Venho à tribuna falar com dignidade e dizer que este Estado está sem governo, a Segurança Pública está um caos!

Mas quero falar de outro tema e relacionar, sim, a política nacional, a política estadual e a política municipal. Quero falar, Dr. Sebenelo, do tema da Saúde. Hoje chega ao Rio Grande do Sul o Presidente da República, e, de acordo com as últimas pesquisas, o seu Governo está sendo aceito pela grande maioria da sociedade brasileira como um governo que revoluciona este País! E nós precisamos comparar a política de Saúde federal, a política de Saúde estadual e a política de Saúde municipal. Vejam os documentos de hoje, os ofícios de hoje, Vereadores da base do PMDB, está aqui (Mostra os documentos.): o Governo da República passa ao Município de Porto Alegre 2,9 milhões de reais. São 2,9 milhões de reais que o Governo está passando hoje dos cofres públicos da União para o Município de Porto Alegre! O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o Governo do viajante Rigotto, está em dívida constitucional com a Saúde! Está devendo, neste momento, 3 bilhões, pela nossa Constituição, relativos às verbas de Saúde Pública para o Estado do Rio Grande do Sul! Inclusive isso foi, pelo Tribunal de Justiça, declarado improbidade administrativa, pois não puderam receber as verbas que estavam destinadas à duplicação do Aeroporto! O nosso Aeroporto Salgado Filho não pôde receber essas verbas no dia 23 de dezembro, uma vez que o Governo estava inconstitucionalmente impedido por não repassar os recursos à Saúde! Portanto, os senhores e senhoras têm que vir aqui defender o que é defensável!

Quero recapitular aqui: no ano passado, na minha primeira intervenção, quando vim a esta tribuna fazer um conjunto de relatos, naquele momento, quando nós estávamos com três meses de Governo Fogaça - isso foi no dia 3 de março do ano passado -, já dizíamos que a Saúde estava indo para um mau caminho, Ver. Aldacir Oliboni, o senhor que é um homem que luta nessa área, e apontávamos que na Restinga estava sendo desconstituída a Saúde Pública! Os jornais de hoje - não sou que digo, Ver. Besson - registram: “Posto de Saúde do bairro Restinga abandonado, dilapidado, porque não tem Saúde e nem médico”. E mais: nenhum dos oito postos de saúde do PSF ordenados para serem implantados no ano passado naquela região foi feito, Verª Clênia Maranhão! Isso é improbidade administrativa pública do Secretário da Saúde de Porto Alegre, Sr. Pedro Gus. Aqui está (Mostra o jornal.): o posto de saúde abandonado, foi roubado, foi destruído, foi dilapidado. Como é que podemos aceitar isso passivamente e dizer que está tudo bem? Meus colegas Vereadores e Vereadoras, isso não é correto! O Prefeito José Fogaça precisa responder publicamente por isso e, inclusive, pagar os 80 mil que foram roubados daquele posto de saúde.

Para concluir, Sr. Presidente, nós temos que comparar, sim, as políticas públicas do Governo Lula, do Governo Rigotto e do Governo Fogaça. A Saúde em Porto Alegre vai muito pior do que antes. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós temos, muitas vezes, o prazer de ouvir Vereadores aqui falando sobre a questão da Saúde, em que há uma defesa fundamental dos pacientes, há uma argumentação baseada em trabalhos científicos, há uma postura acadêmica de decência, de transparência. Agora, vir aqui dizer, ideologicamente, unilateralmente, que vai comparar a Saúde estadual, federal e municipal... Isso aí não se faz em ciência, é uma barbaridade o que foi dito aqui! Qual o livro de segurança, qual o trabalho, que autor da área da Segurança que algum freqüentador da Bancada do Partido dos Trabalhadores leu para dizer as coisas que vem dizendo, de uma forma, às vezes ingênua, às vezes pueril, às vezes de má-fé?

E nós nos referimos exatamente a essa promessa de que a Segurança será resolvida por um Governo “magnífico” do Partido dos Trabalhadores, que, quando esteve lá, foi um desastre, mandou embora a Ford. Eles perderam o direito de falar em emprego, eles perderam o direito de falar em Segurança. Eles perderam o direito de falar da área da Saúde. Eu pedi uma CPI da Saúde, e “sentaram” em cima da CPI!

 

(Manifestação anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Peçam, façam! Houve uma deformidade imensa na Saúde de Porto Alegre. A Saúde foi entregue a este Governo de uma forma caótica, desmanchada, na qual inclusive há inversão de valores e inadequação de toda a rede. Foi plasmada da forma mais incompetente e mais desonesta possível, porque ela foi ideológica. E isso foi denunciado mil vezes aqui desta tribuna.

Então, agora, o polivalente Ver. Comassetto vem a essa tribuna falar da Segurança, disse duas ou três frases de efeito, sem ter aberto uma página de um livro sobre segurança, sem ter freqüentado um curso sobre segurança e vem dizer aqui que a coisa está mal. Eu quero saber qual é a proposta que ele tem para resolver o problema da Segurança. Não é a proposta política. Eu quero saber que proposta, certo? Estava mal no tempo em que o Partido de V. Exª estava no Governo, com aquele Governo ridículo, incompetente, que mandou embora a Ford, e o Vereador vem falar em desemprego!

Eu gostaria de dizer aos Srs. Vereadores do Partido da oposição que é muito fácil chegar aqui e dizer pontualmente: “O Posto de Saúde da Restinga está muito mal, está horrível”. É verdade, só que como é que nós recebemos esse posto de saúde? Quantas mil vezes o Ver. Comassetto e eu fomos às reuniões lá do posto de saúde? E o desastre da ecologia governamental nos 16 anos de promoção de algumas coisas que hoje, entre aspas, como disse o Ver. Todeschini, de uma forma evidentemente jocosa, falando do nosso “querido” Presidente Lula... Que bom que ele venha aqui, que bom que ele venha ver as nossas favelas, que não fique só nos palácios e vá ver o quanto faz falta a questão das verbas de Saúde, que foram cortadas de Porto Alegre, que estão diminuindo cada vez mais, há a questão da deterioração dos serviços.

Por fim, um discurso que há muito tempo passa pelo interesse dos Partidos e que deixou de ser do interesse das comunidades, passa a ser o interesse de quem vai ganhar a próxima eleição, e não de quem precisa ser assistido, de quem precisa desses recursos, que são negados pelo Governo Federal da forma mais torpe e mais desumana possível. Cuidado, V. Exas. estão lidando com o Partido dos Trabalhadores, Partido decente, mas parece que morou no Rio.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Neste momento estaríamos entrando na Ordem do Dia, mas, como o Ver. Dr. Goulart estará assumindo a Presidência às 17h, e alguns Vereadores querem estar presentes nesse ato de posse, estamos sem quórum. Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h11min.)

 

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